Dia Nacional do Café – 24 de maio

E é no dia 24 deste mês que o Brasil relembra boa parte de sua história nacional ao relembrar uma das figuras mais importantes do desenvolvimento econômico do país, o café. E não podia ser menos, já que foi ele que impulsionou a economia brasileira as custas da grande crise, em 1930. Ainda que na época da quebra da bolsa de valores em nova Iorque até 1939 o mercado do café sofria reveses, o Brasil devagar ganhava espaço no competitivo mercado do café na Europa e Estados Unidos.

O café chegou ao Brasil, na segunda década do século XVIII, através de Francisco de Melo Palheta. Estas primeiras mudas foram trazidas da Guiana Francesa. No século XIX, as plantações de café espalharam-se pelo interior de São Paulo e Rio de Janeiro. Os mercados nacionais e internacionais, principalmente Estados Unidos e Europa, aumentaram o consumo, favorecendo a exportação do produto brasileiro.

Com a queda nas exportações de algodão, açúcar e cacau, os fazendeiros sentiram a grande oportunidade de obterem altos lucros com o “ouro negro”. Passaram a investir mais e ampliaram os cafezais. Na segunda metade do século XIX, o café tornou-se o principal produto de exportação brasileiro, sendo também muito consumido no mercado interno.

Os fazendeiros, principalmente paulistas, fizeram fortuna com o comércio do produto. As mansões da Avenida Paulista refletiam bem este sucesso. Boa parte dos lucros do café foi investido na indústria, principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro, favorecendo o desenvolvimento deste setor e a industrialização do Brasil. Muitos imigrantes europeus, principalmente italianos, chegaram para aumentar a mão-de-obra nos cafezais de São Paulo.

Conseqüências do Ciclo do Café

– A economia brasileira ficou muito dependente das exportações de café. Quando o preço do produto caia, o governo brasileiro comprava estoques e queimava para aumentar o preço (política de valorização do café).

– Concentração do poder político e econômico na região Sudeste.

– Aumento do desenvolvimento industrial e urbano no Sudeste.

– Imigração europeia para as lavouras de café e indústrias do Sudeste.

– Construção de ferrovias para escoar a produção de café do interior de São Paulo para o porto de Santos.

Em 2001, cerca de cinqüenta países das Américas, da África, Ásia e Oceania participavam do mercado produtor/exportador de café, sendo 19 deles responsáveis por 94% do total das exportações. Historicamente, o Brasil esteve na primeira colocação, embora sua participação percentual tenha declinado nas últimas décadas do século passado, em função da entrada de muitos novos países produtores. Na década de sessenta, no mesmo século, o Brasil exportava cerca de 35% do total mundial; na década de noventa, esse percentual situou-se um pouco acima dos 20%, embora o país continue mantendo a liderança das exportações e tenha alcançado uma elevação, no ano de 2001, para 26,1% do total das exportações mundiais, atingindo cerca de 37% desse mercado em 2002.

O Brasil é o país que possui menor custo de produção de café da variedade Arábica, o que aliado à produtividade e à capacidade técnica de pesquisa do setor no país, tem garantido a manutenção e o crescimento da participação nacional no mercado externo.

Os principais concorrentes comerciais do café brasileiro são a Colômbia e o Vietnã. Os três países conjuntamente foram responsáveis por, aproximadamente, 53% das exportações mundiais de café em 2001. A Colômbia também reduziu sua participação no mercado durante os anos noventa sentindo a crise, com certo retardamento devido a mecanismos internos de manutenção do preço do café por parte do governo desse país. A sua marca (o Suave Colombiano) já está consolidada principalmente no mercado americano, onde existe um permanente investimento em marketing. O México, país emergente na produção de café Arábica, e outros países da América Central produzem, também, cafés suaves e, durante os anos noventa, apresentaram participações crescentes no mercado mundial. A participação desses países na exportação de cafés especiais para os Estados Unidos não se deve apenas às relações comerciais existentes entre eles, mas, também, à qualidade do produto ofertado.

O complexo agroindustrial do café é um dos mais tradicionais e importantes na economia brasileira, tanto pela geração de renda, quanto no número de produtores e trabalhadores empregados, constituindo-se na segunda cultura que mais gera empregos no campo, sendo superado apenas pela de grãos. O complexo, em 2003, foi responsável por 2,1% do total das exportações brasileiras, o que significou US$ 1,5 bilhão em divisas.

Atualmente, cerca de 54% do mercado exportador de café Arábica é ocupado pelo Brasil e a Colômbia. Os números, de acordo com a OIC – Organização Internacional do Café, mostram isto. O Brasil, de janeiro a junho de 2005 exportou mais de 13 milhões de sacas de café e a Colômbia a 5,7 milhões. No grupo dos produtores do café Robusta destacam-se Indonésia e Vietnã, que chegou a produzir no mesmo período cerca de 7.500 sacas.

A produção brasileira de café na safra 2005/06 foi estimada em 33,3 milhões de sacas, com redução de 15,1% em relação ao volume anterior (39,27 milhões). Os dados são do terceiro levantamento de safra da Conab (Companhia Nacional de abastecimento). A queda com relação a safra passada é explicada pela bianualidade – a planta alterna uma grande produção em um ano com outra menor no período seguinte -, mas também ao clima desfavorável na principal área produtora (a região Sudeste) no final de 2004, quando houve chuvas excessivas.

A produção do café Arábica, com participação de 72,8% na safra do país, é estimada em 24,2 milhões de sacas (a safra anterior foi 7,47 milhões maior). Serão 9,07 milhões de sacas do café Robusta (mais 20,1%, ou 1,52 milhão de sacas sobre a safra anterior).

Apesar da diminuição da safra, o governo exportou em 2005 o mesmo volume de 2004: aproximadamente 26 milhões de sacas. Em 2004, as vendas externas renderam US$ 2,6 bilhões. Como os preços registraram melhora, o governo estima arrecadar mais de US$ 3 bilhões este ano.

Fonte:
http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/ciclo_cafe.htm
http://www.markcafe.com.br/economia-cafeeira/economia-cafeeira/621-economia_cafeeira_na_atualidade

2 thoughts on “Dia Nacional do Café – 24 de maio

  1. daniel alves diz:

    muito bom dony!! há um detalhe na historia do café um tanto, inusitado essas mudas de café que entraram no brasil foram frutos de uma traição, da parte da esposa do rei da guiana…. deu as mudas à palheta, escondido, claro porque na época o café, sobre tudo o arábica, era um produto para poucos, mais como ela se simpatizou, com francisco disse a ele para trazer as mudas para o brasil escondido, assim o café entrou no brasil>>>

    • donycampos diz:

      Legal Daniel, não sabia dessa parte da história do café não. Obrigado por dividir sempre sua experiência conosco aqui no site. O Daniel Alves é nosso parceiro e barista do Juninho Soft Café. Forte abraço Daniel!

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