Na contramão, mantendo a tradição

Numa tendência na qual o espresso é o da vez. Existe, na contramão, quem lute pela tradição – sem falar em sabor e nos aromas – do bom e velho café coado.
Exemplo disso cita-se Isabela Raposeiras, empresária e barista do Coffee Lab, reconhecida por levantar essa bandeira em terras brasileiras.

Em São Paulo os clientes parecem ter gostado da ideia. Ganha o Brasil uma tendência positiva em fazer com que o cliente aprenda sobre os grãos, preparo e harmonização. Na coffee Lab estima-se que sejam servidas 500 bebidas por dia na casa localizada na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo.

À Alfa, Isabela enviou seis dicas capitais para se preparar o café coado:

• O grão deve ser moído somente na hora de fazer o café. O produto que já vem moído é o resultado da sobra da seleção dos melhores grãos. Para mascarar os problemas existentes, passa por um processo de carbonização. Tem sabor amargo e um aroma completamente prejudicado. Além disso, a vida útil do café moído é de 20 minutos. Passado este tempo, ele está morto;

• Na hora de comprar o café, olhe sempre no rótulo e escolha grãos 100% arábica, de categorias Gourmet ou Especial. Se o nome da fazenda estiver na embalagem, é mais um sinal de alta qualidade;

• A água utilizada para fazer o café interfere bastante na qualidade da bebida. O ideal é que ela seja mineral ou filtrada, pois o cloro destrói os elementos aromáticos do café. Portanto, ela jamais deve ser utilizada diretamente da torneira;

• A temperatura ideal da água é de 93 a 98 graus. Para chegar a esta faixa, desligue o fogo assim que a água começar a borbulhar. Mas deixe ferver, pois se a água estiver mais fria do que deveria, vai impedir que vários sólidos presentes sejam dissolvidos;

• Tome o café imediatamente depois de pronto, do jeito que mais gostar;

• Ao fazer um café coado manualmente ou em cafeteira, para tirar resquícios de gosto do filtro, é uma boa ideia escaldar o papel ou o filtro com água fervente. Você despeja a água quente e descarta. Depois, coloque o café e coe normalmente.

Dicas da barista Márcia Matta da cafeteria Casa Pilão, publicadas na Folha:

1. Medidas. A proporção ideal é 4 colheres de pó bem cheias (80g) para 1 litro de água. Lembre-se: café leve não é “chafé”. O principal erro é adicionar muita ou pouca água na extração da bebida para conseguir variação em sua intensidade. Para esses casos, já existem cafés suaves e intensos.

2. Água pura e limpa, filtrada ou mineral.

3. Temperatura entre 90 e 95°C. Ou seja, desligue o fogo, ao primeiro sinal de fervura. A água não pode ferver, pois a perda de oxigênio altera a acidez do café e volatiza seus aromas.

4. E cuidado ao guardar o pó de café. A embalagem fechada deve ser armazenada em um local fresco e limpo. Após aberta, é melhor conservá-la na geladeira, pois a baixa temperatura retarda a oxidação do pó. Se a embalagem for do tipo “almofada”, é melhor descartá-la e colocar o pó em um pote hermético, conservando-o em geladeira. Se a embalagem for a vácuo, você poderá mantê-la desde que esteja bem vedada.

5. Café na térmica nem sempre é bom. Isso porque o café mantém suas características de sabores e aromas no máximo 1 hora se armazenado em garrafa térmica, desde que não esteja adoçado.

6. Reaquecer o café. A bebida perde suas características originais de aroma e sabor ao ser resfriada e depois reaquecida.

7. Adoçar com açúcar, adoçante ou puro? Para saborear o café e perceber suas diferentes características e nuances devemos tomá-lo sem açúcar. Se fizer questão, nunca adoce durante o preparo e sim nas xícaras, de acordo com a preferência de cada um que irá beber.

Fonte:
http://marcelokatsuki.folha.blog.uol.com.br/arch2011-01-01_2011-01-31.html
http://exame2.com.br/mobile/estilo-de-vida/noticias/6-segredos-do-bom-cafe-coado

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